As primeiras vacinas contra a dengue chegam em Minas Gerais nesta quinta-feira (22/2). Os imunizantes serão repassados pelo Ministério da Saúde. No entanto, não há uma previsão da quantidade de doses que serão enviadas para o Estado.
O secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, vê nas vacinas da dengue a esperança para um cenário mais brando contra as doenças provocadas pelo Aedes aegypti. A falta de produção em larga escala, entretanto, dificulta a proximidade dessa melhora. Baccheretti também considera um desafio as correntes antivacinas, e a necessidade do poder público combater as fake news (notícias falsas), que propagam que os imunizantes podem causar doenças.
O secretário avalia ser necessário uma maior sensibilização da população para que o enfrentamento a dengue se torne um hábito. “Por mais que a gente fale com a população, que os focos estão dentro de casa, a gente precisa pensar como sensibilizar cada cidadão do Brasil da importância do cuidado de casa. A forma que estamos fazendo há tanto tempo não tem surtido efeito. Não é uma prevenção vinculada à prestação de serviço público, é muito mais um cuidado pessoal, que é um saco plástico dentro da sua casa e pode proliferar os focos desse mosquito”, frisou.
Alguns locais que antes não sofriam tanto com a doença, também passaram a registrar um aumento de arboviroses, como o Rio Grande do Sul, muito por conta das mudanças climáticas.
Vão ser enviadas pelo Ministério da Saúde 78.790 doses, destinadas à imunização do público de 10 e 11 anos em 22 cidades mineiras (veja a lista completa abaixo). Os municípios foram escolhidos por critérios estabelecidos pela pasta federal.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), quando recebidas, as doses vão seguir para a Central Estadual da Rede de Frio. Em seguida, a pasta estadual irá organizar a logística e distribuição para as Unidades Regionais de Saúde de Belo Horizonte e Coronel Fabriciano/Timóteo, de onde seguirão para as cidades.
As regiões selecionadas atendem a três critérios: formadas por municípios de grande porte, com mais de 100 mil habitantes; registram alta transmissão de dengue no período 2023-2024; e têm maior predominância do sorotipo DENV-2.O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas. A Qdenga, produzida pelo laboratório Takeda, foi incorporada ao SUS em dezembro do ano passado, após análise da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec).
Cidades de MG que vão receber a vacina:
- Coronel Fabriciano
- Timóteo
- Pingo-d’Água
- Antônio Dias
- Marliéria
- Santa Maria de Itabira
- Jaguaraçu
- Dionísio
- Córrego Novo
- Belo Horizonte
- Ribeirão das Neves
- Sabará
- Santa Luzia
- Nova Lima
- Caeté
- Rio Acima
- Jaboticatubas
- Raposos
- Belo Vale
- Moeda
- Nova União
- Taquaraçu de Minas
Fonte: O Tempo